São mais de 70 filmes, divididos em 7 eixos temáticos, além de mostra histórica, acompanhada de debates
Entre os dias 23 e 30 de maio, em São Paulo, seis salas de cinema exibirão títulos que têm o meio ambiente e a relação entre o homem e a natureza como temas centrais. São produções vindas de mais de vinte países – algumas com passagem por importantes festivais de cinema internacionais, como Cannes, Berlim, Roterdã e Sundance – e que, depois de um crivo curatorial, agora chegam ao público paulistano. Dos filmes que compõem a programação, cerca de 50 fazem sua estreia brasileira.
Além de Chico Guariba (fundador e diretor da Ecofalante), Francisco Cesar Filho coordenou o comitê de seleção que, entre os cerca de 300 títulos internacionais e 100 brasileiros inscritos, montou a programação com filmes de qualidade e temáticas pertinentes – quando não urgentes.
A 2a Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental acontecerá em seis salas de cinema (Reserva Cultural, Cine Livraria Cultura, Cinemateca Brasileira, Centro Cultural São Paulo, Galeria Olido e, inaugurando o mais novo espaço cultural da cidade, o Cinusp Maria Antônia) e ainda, na semana seguinte, durante a Virada Sustentável, continuará com a programação no CCSP, além de promover sessões especiais em espaços alternativos, como a Praça Victor Civita. Todas as sessões são gratuitas.
Chico Guariba coloca que o que o mobilizou para criar essa mostra foi “a necessidade de chamar a atenção da população paulista para questões ambientais, de sustentabilidade, cidadania, governança, participação e políticas públicas”.
Formato e Ciclos
Os eixos temáticos dessa segunda edição são Água, Cidades, Contaminação, Economia, Globalização, Mobilização e Povos e Lugares. Além dessa estruturação, há filmes que integram a Mostra Histórica, outro importante viés dessa edição. Não há divisão entre filmes internacionais e brasileiros – foram os temas centrais de cada um que os aglutinaram.
Entre os longas que estão no ciclo Água – são seis, no total - temos A Crise Global da Água (Last Call at the Oasis, de Jessica Yu), que apresenta um argumento poderoso do porquê a crise mundial da água será a principal questão que nosso mundo precisará enfrentar neste século. O documentário apresenta a ativista Erin Brockovich, que chegou a inspirar um longa de ficção a respeito de sua luta.
Em Cidades temos, entre os 13 filmes programados, Rios Perdidos (Lost Rivers) e Deus Salve o Verde (God Save The Green). O primeiro deles, dirigido por Caroline Bácle, fala dos rios que nasciam e ocupavam parte da cidade e que, ao longo das últimas décadas, acabaram sendo escondidos, soterrados – ou pior: acabaram se fundindo às redes de esgoto. O segundo título, de Michele Mellara e Alessandro Rossi, aborda hortas urbanas, cultivo de plantas e novos hábitos coletivos.
Entre os sete filmes que integram Contaminação, temos Petróleo: O Grande Vício (The Big Fix), de Josh e Rebecca Tickell, que discorre sobre o pior vazamento de petróleo da história, no Golfo do México, em 2010. Ao expor as causas do vazamento de óleo e o que realmente aconteceu, os cineastas revelam uma vasta rede de corrupção.
No eixo Economia, composto por sete obras, está O Preço da Democracia (Pricele$), de Steve Cowan. O filme esclarece como a política eleitoral dos EUA leva à corrupção que influencia nas políticas públicas de agricultura e energia, gerando efeitos desastrosos para o meio ambiente. A Fé nos Orgânicos (In Organic We Trust), de Kip Pastor, é outro destaque desse ciclo, que mostra como, ao ser utilizado por grandes corporações, o rótulo "orgânico" se separa de sua filosofia.
Entre os seis filmes que estão em Globalização, o público poderá conferir Amargas Sementes (Bitter Seeds), de Micha X. Peled, que retrata o alto índice de suicídios entre agricultores na Índia: a cada 30 minutos um fazendeiro se mata. O longa levanta questões sobre o custo humano da agricultura geneticamente modificada.
Mobilização também traz seis produções. O denominador comum entre elas é a união de grupos da sociedade civil na tentativa de defender princípios e valores locais de impactos externos. O Gasoduto (The Pipe), de Risteard Ó Domhnaill, traz por exemplo a história da pequena comunidade de Rossport, que enfrentou o poder da Shell e do Estado irlandês. A descoberta de gás nessa remota vila costeira levou ao confronto de culturas mais dramático da Irlanda moderna.
Povos e Lugares, composto por nove títulos, mostra comunidades que correm o risco de perder suas identidades ou desaparecerem.Desterro Guarani, documentário brasileiro assinado por Ariel Ortega, Patrícia Ferreira, Ernesto Ignacio de Carvalho e Vincent Carelli, foca em uma Aldeia Guarani e lança um questionamento sobre o olhar do homem branco sobre essa comunidade.
A Mostra Histórica apresentará seus oito filmes – dirigidos por cineastas como Akira Kurosawa, Werner Herzog, Paul Newman, Joris Ivens, Ermanno Olmi, Nicholas Roeg e Arne Sucksdorff – em película. As cópias em 35mm virão da Suécia, Itália, Holanda, Inglaterra e Alemanha. Entre os títulos programados estão A Longa Caminhada (Walkabout, 1971), História do Vento (A Tale of the Wind, 1988) e Fata Morgana(1971).
Sobre a Ecofalante
A Ecofalante nasceu em 2003, da ação de um grupo de educadores, comunicadores, cineastas e profissionais de diversas áreas do conhecimento científico voltados para questões culturais e sócio-ambientais e para a utilização das novas e disponíveis tecnologias que contribuam para o desenvolvimento sustentável, a preservação e a recuperação do meio ambiente.
A produtora realiza documentários com alguns parceiros, como Superfilmes, Guariba Filmes e DOC e Outras Coisas. Destaca-se entre os seus projetos a série de documentários Histórias da Mata Atlântica (composta por três episódios: O Pontal do Paranapanema, Visita à Aldeia Guarani e O Vale dos Quilombos).
A 2ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental conta com o patrocínio do Instituto Votorantim, Mondelez e White Martins. O projeto foi realizado com apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Programa de Ação Cultural 2012.
Serviço
2ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental
Noite de abertura, fechada para convidados: 23 de maio de 2013
Realização da Mostra: de 24 a 30 de maio de 2012
Produção: Ecofalante
Salas de exibição: Reserva Cultural (Av. Paulista, 900 / Bela Vista), Cine Livraria Cultura (Av. Paulista, 2073 / Bela Vista), Cinemateca Brasileira (Largo Senador Raul Cardoso, 207 / Vila Clementino) , Centro Cultural São Paulo (R. Vergueiro, 1000 / Liberdade), Galeria Olido (Av. São João, 473 / Centro) e Cinusp Maria Antônia (R. Maria Antônia, 294 / Consolação)
Entrada gratuita.
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